segunda-feira, 5 de maio de 2008

UM MENINO PASSARINHO


Não serei de mais ninguém
Serei livre
Como um pássaro que voa alto.
Depois de muito voar
Aterrissarei aqui em baixo
Onde serei tranqüilo
Não terei compromissos nem horários
Serei um pierrô sem fantasia
Vou olhar a todos sem tristeza
Só quero ser feliz
Sem tropeços
Sem embaraços
Sem cobranças
Vou descansar num dia
E extrapolar no outro
E ter orgasmos com a lua
Poetar no universo
Falar palavras de amor
No primeiro ouvido que encontrar
Viajar às galáxias
Amar nas estrelas
Apreciando o céu azul
Quero ser um menino ingênuo
Sem mágoas, nem rancor
Sem mentiras, nem ódio
Quero ser de alguém
Mas que esse alguém não me tome como propriedade sua
Quero um colo para dormir
Sonhar no paraíso

Ser um menino passarinho

RONDA


Rondo a noite
Passando de bar em bar
Vejo caras libidinosas
Vontades reprimidas na vertigem voraz do cotidiano
Prontas a explodir num grito de luxúria e prazer.

Corpos esvoaçando no ventre do desejo
Movimentos que hipnotizam
Respirando calor e carne em convulsão.

Paro num canto isolado.
Observo.
Copo numa mão adormecendo a razão,
Cigarro na outra,
Como se fosse uma tocha que me ilumina na noite.

Sigo em frente!
Entro no vazio de minha alma,
A minha volta, os risos abafados na multidão,
Devolvem-me ainda mais à minha solidão.

CONFUSÃO


Olho em volta e tento encontrar
O que se foi de mim.
Nada mais me faz sorrir.
O que está em mim
Encontro ao olhar para você.
Te olho e dá vontade de sorrir
Mas não tenho o que sempre quis
Me sinto só
Me lembro de você
Que encontrei num dia de busca do meu melhor
Estávamos perdidos
Nos encontramos
E nos perdemos novamente
Mas um dia nos reencontraremos
O sol, a lua e as estrelas serão testemunhas
De tudo o que a vida nos propôs
Como entender?
Quem está preparado para viver?
Só quem for forte e tiver alguém para se segurar,
Limpar o pó e continuar...
Na busca pela felicidade nada é explicável
Sempre existe os por quês
Nada jamais será entendido
Se nunca for vivido.

O FIM


Estou lutando para apagar tudo
Esquecer os momentos que tivemos juntos
As risadas dadas do nada
As vezes em que ficamos no telefone
Sem nada falar
Somente ouvindo a respiração um do outro
Quero esquecer as brigas que tivemos
E que sempre terminavam em gargalhadas
Preciso apagar o som da sua voz serena
Que me trazia paz
Não quero lembrar do gosto
Dos seus lábios, não dos seus cabelos
De perfume inesquecível
Quero deletar o seu olhar que passava confiança e esperança
Preciso esquecer da sua existência
Da sua passagem na minha vida
Mas as forças me faltam
Quanto mais eu tento esquecer
Mais a sua lembrança se fortalece
Quanto mais eu tento apagar
Mais sonho com você acordado
Nas noites que não acabam
Que ficam cada vez mais longas
Frias e escuras.
Tenho que viver
Erguer a cabeça
Por mais que não tenha você ao meu lado.

O SILÊNCIO


O coração engole as palavras a conta-gotas
Ingerindo desordenados sentimentos
Mistura-se a dor, a insegurança
À insegurança, o espelho
Ao espelho, sonhos envelopados.


O nada em ebulição
Escritas em tinta branca
Indagações cobertas por creme cicratizante
Numa cura superficial.


Nem mesmo a arte de plasmar
Tem o condão de desarraigar
A marca dos grilhões do medo
Das fugas, das noites insones
Da lâmina afiada na bainha das próprias palavras.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ícaro


Quem dera eu ser um pássaro voando

Perdendo suas penas ao vento

Meus sonhos iriam
Em revoadas...

Por eles, daria asas ao tempo...

E ficaria esperando que voltassem

Cantando, trazendo lá de cima

A paz e o encanto que tanto procuro

Perdido


A simples lembrança do teu toque

Na minha pele arrepia-me.

O teu cheiro domina a minha alma

O meu peito dispara.

Me abraça, vem ter comigo

Apagar do meu peito
A dor do querer.

A noite instala-se em mim

Lá fora, apenas o silêncio do teu olhar

Vem.

Ocupa com o teu corpo,

Este abrigo que te chama.

Volta a ser a minha morada

Faz do meu corpo o teu ninho

Estou perdido

Pelas saudades crescentes

Apenas uma lágrima


Hoje quando acordei, estava diferente.

Olhei para dentro de mim
E estava vazio
Um enorme vazio
E só os restos de sonhos,
Recheados de pensamentos
E gotas de sentimentos…
Não consigo chorar
Apesar da dor.
Estou anestesiado.
Não choro
A mesma dor insiste em aumentar
É tão sentida, tão vivida,
Que não consigo senti-la.
Todas as dores
Já foram choradas,
Sentidas, desperdiçadas
E pelo meu rosto desce
apenas uma lágrima

Insônia


De noite, na cama,

eu fico pensando

Se você me ama.
A dúvida bate.
Estou navegando nos macios colchões da dúvida.
Vivo os fantasmas de uma paixão

Que sinto se desvanecer

Por entre os dedos das minhas mãos.

Desenho castelos ao vento

Sonho com um horizonte que parece não ser meu

Enforco-me em meus sonhos

Louco de prazeres insanos

Por um amor que eu tenho

E tu não...!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

FÊNIX


Não me dirijas tuas palavras ilusórias
Elas levaram-me ao pó e às lamúrias incômodas.
Teu modo subjuntivo e hesitante de viver
Cansou-me e neste instante só me resta a lâmina macia.
Não há sangue fluindo por entre meus dedos
Somente a paz, que dói, todavia é paz que sinto.
Onde estavas quando o medo possuía meus sonhos?
É tarde, deixa-me dormir sob o firmamento gris...
A pupila dilata, e teu rosto desfigura-se diante
Da minha glória eterna – meus olhos se negam a ver-te.
Meus lábios, agora gélidos, já não dependem
De teu falso calor emanado de tua putrefata ferida.
Paguei meus pecados em teus braços serenos.
Irei para o céu dos justos após morrer de desamor?
Prefiro o limbo das crianças sem batismo a continuar
Respirando seu ar ludibriante que me sufoca!
Sinto náuseas, devo vomitar-te em instantes!
Ou será meu coração quebrado a me pregar peças?
Coração que já nem bombeia o denso liquido escarlate
– é a amiga morte a se apoderar de minh´alma exígua.
Ainda sinto o toque de tua pele alva que me protegia
Assim como tenho o gosto amargo de tuas mentiras.
Queria apenas amar-te, hoje somente apagar-te
De meus jardins íntimos – bendito calvário.
O corte perpassa todos os males desses últimos dias
Que estive ao teu lado. Caprichos, orgasmos e lama.
Meus movimentos tornam-se esmorecidos e desordenados,
Mas o alívio é completo e insopitável, digo adeus, sem voltas.
O melhor da vida é permitir-se morrer e ressuscitar.

CONFISSÃO







Louvado sejas, oh pecado maldito

Do qual necessito para viver.


Se me consome vorazmente,

Entrego-me aos caprichos seus...


Confesso, que ainda vive

Nos meus sonhos, na minha pele.



Se bastasse a amizade!

Se bastasse o desejo!

Sinto falta de tua boca virginal,

De teus dedos voluptuosos a me tocar.


A ti um coração viuvez.

A mim, uma esperança esmorecida!

Ao pôr-do-sol, de repente...


O que eram cinzas fez-se vida:

A transubstanciação da morte

Em chaga, em chuva - o amor.


Se bastasse o gozo efêmero

Seriamos borboletas a voar

Pelos segredos d´alma libertina,

Pela divina mediocridade humana.


Desnudou-me e agora me evita.

Se bastasse tua consideração

De que adiantariam estes versos?


Rogo: sacia-me simplesmente.

Tua retulância padece o corpo apaixonado.

Piedade, Senhor, pois choro mudo

Almejas meus lábios, minha carne...

E eu, teu coração ferido!


Amo-te tal qual a noite ama a lua.

Se tu me bastasses para viver...

Piedade, Senhor, Piedade.


Piedade, Senhor, se amo!
E por tal, condenado sou.
Somente quero, nada mais...

Professo que meu desejo de amar
É maior a que qualquer preceito imposto,
Pois o amor não é vendável e nem escolha tem.

Insosso deleite que nutre os ocultos prazeres.
Vituperam-me os olhos alheios pungentes.
O egrégio sentimento de chofre torna-se vulgar.

Invejam-me as criaturas banais por ser amado
Nesse pântano que chafurda o querer bem.
Se amar é um ópio, vicio-me a fim
De envolver meus lábios, afobados e sôfregos,
No corpo forasteiro que tenho enfim,
Tal qual a brisa nos campos de trigo.

Piedade, Senhor, pois humano sou!
Escravo dos instintos da alma e da carne.
Um beligerante pelo bel-prazer de amar
Sem censuras, loucamente nu, apenas...

Escorro o escarro do mundo fátuo.
Fiz do amante próximo meu bálsamo.
Do medo atroz um aliado beatífico.
Da igualdade incerta um sonho acordado.
E do momento finito um prazer indelével.
Da lamúria cotidiana uma ode à felicidade!

Vozes ao vento ressoam o fim da tempestade:
Honrai-nos, portanto, o amor chegou!

sábado, 26 de janeiro de 2008


Quem eu quero ser,
Eu sou.
Minha briga é para
Não ser aquilo
Que querem me transformar.

LOUVAÇÃO


Tanta louvação e os mesmos procedimentos
Tanta louvação e a mesma pobreza
Tanta louvação e as mesmas barrigas vazias
Tanta louvação e as mesmas intrigas
Tanta louvação e as mesmas línguas ferinas
Tanta louvação e os mesmos preconceitos
Afinal, para que tanta louvação?
Para que esse louvor se o povo continua de barriga vazia?
Para que esse louvor se continuam a falar mal dos outros?
Para que esse louvor se continuam a olhar os outros com preconceitos?
Para que esse louvor se não amam o próximo?
Para que tanta louvação se cada vez mais estamos indo para o caos?
Prefiro manter-me assim a ter que me juntar ao coral dos hipócritas.

sábado, 19 de janeiro de 2008


A RESPOSTA


Defendo minha raça, minha cor, minha cultura, meu povo, meu ideais.
Defendo, por que cresci sendo chamado de menino de cor.
E hoje já não tenho mais medo.
As ofensas ficaram pra trás, no mesmo pacote da recusa e do desrespeito por minha cor.
Defendo a minha cultura e o meu povo, por que como menino de cor, me tornei um rapaz de cor, e hoje sou um homem de cor, e sigo de cabeça erguida cantando o ilê - aiê.
Salve o negro trabalhador
Que em seu canto sedutor ouve o meu cantar.
Conquistei o meu lugar, sai do anonimato e sou reconhecido pelo meu nome.
E enfim serei lembrado, mas sempre terei orgulho de ser um homem de cor.
De ser NEGRO.

Cada um com seus problemas



Nem tente segurar na minha mão.
Sigamos cada um seu caminho.
A cada opção feita
Muitas portas se fecham,
Muitas mãos encolhem.
Muitos ombros se afastam,
Muitas palavras ficam presas na garganta
Emudecendo a aquele que sempre proferiu palavras de apoio.
Sigamos, pois, cada um com seus problemas
.

Quero abraçar o outro
Mas não abraço
Por que vão me condenar.
Quero beijar o outro
Mas não beijo
Por que vão me crucificar.
Por que temos de fazer o nosso manual de instruções
E dizer sou assim?

Ontem rasguei meus livros de filosofia
Queimei meus guias de etiquetas
Pisei em todos os códigos
Arrebentei todas as amarras,
Rompi as mordaças.
Não quero formas
Não quero formulas
Não quero regras
Quero vida,
Quero viver.

As lágrimas do coração descem sem parar
Arrebentando esse peito dilacerado pela dor.
Não adianta falar, sorrir, brincar.
Dor que desmantela
Cada ato
Cada palavra
Que não rompe o meu silêncio
Que não transforma a minha dor
Que não seca as minhas lágrimas.
E entre lágrimas, silencio e dor, tento viver.
Busco a felicidade.
Mas só encontro um vazio
Que aumenta ainda mais o calvário.

Sendo prisioneiro do que eu mesmo fiz
Passei pela vida sem viver
Em sentido de um pensamento distante.
Sou prisioneiro do destino
Na divina comédia
Na vida contemporânea, do juízo final.
Não sou príncipe nos belos sonetos
Nos pergaminhos que elogiam a loucura
Na adoração dos magos
Nas sombras brandas
Da tragédia famosa do príncipe da paz
Da cultura clássica
Na utopia
Nas cores mórbidas.
Sou um maluco pensador,
Um sonhador.
Sendo biruta, estou apenas
Delirando pela minha vida.

SOU TUDO


Querem o meu abraço, digo não.
Sigam sozinhos na sua irracionalidade.
Querem que se danem as conseqüências.
A verdade é obscura.
Alguns despertam
Outros padecem.
A loucura liberta o homem e o faz feliz.
Sou nada.
Sou tudo.
Sou fim,
Início
Ciclo
Vício.
A vida é sarcástica
Ela coloca a pedra pra você tropeçar
E gargalha de você.
Vivo aprendendo.
Aprendendo e não sei se estou vivendo.
Sou hétero, homo, bi, geni, pan sexual.
Hoje mesmo me liberto.
Sinto-me prisioneiro por sempre ter sido prisioneiro.
A razão aprisiona o homem.
Olho além e vejo algo lindo
Mas recusam-se a olhar comigo
E se igualam a todos.
Nossa, tudo é tão irônico!
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA



Enquanto os bandidos são absolvidos, nós aqui os inocentes somos acusados diariamente por falsa identidade...Como se não existíssemos, como se fossemos objetos implantados pelos os “comandantes”, ouvimos, reagimos, só o que eles desejam, somos fruto de uma geração sem voz, sem utopia, não queremos lutar, nascemos cansados, somos embalados pela corrupção ao nascer,...Temos certeza que tudo permanecera igual...Não acreditamos mais em papai noel e nem em super-heróis, Perdemos o lúdico, ...Não temos fantasia, somos nossos próprios brinquedos, aprendemos isso desde cedo...Ficamos calados, silenciosas crianças esperando algo... Que não sabemos o que...Assim passamos uma vida...Como se vendados, rostos cobertos de dinheiro, não conseguimos mais enxergar onde esta a nossa própria dignidade...Forram nossos olhos de falsa ideologia e não temos nem como opinar...Não existe o outro, todos estão no ensaio sobre a cegueira da corrupção Almoçamos e jantamos sopa de " febramarela" e quando vamos ao banheiro ligamos a tv ( senado) para não escutar o barulho que a podridão faz ... Mas agora alem de cegos, ficamos surdos...Assim querem que o povo brasileiro permaneçacegos, surdos e mudos...Não passamos de Marionetes da festa da bufunfa!!!

O meu vômito



Gula, ira, avareza, luxuria, orgulho, preguiça, castidade, mansidão, temperança, generosidade, caridade, humildade, diligência, trabalho, escola de primeiro ou segundo grau, faculdade de filosofia, direito, jornalismo ou letras, escola de computação, inglês, espanhol, balé, judô, jazz, teatro, street dance, boxe, futebol, academia, ginástica, hidroginástica, hidroterapia, terapia, psicologia, psiquiatria, medicina alternativa, será que todo mundo é maconheiro? Botox, loucura, sanidade mental, toc, caps, dor de cabeça, dor de barriga, dor de ouvido, dor de dente, unha encravada, acne, shampoo, condicionador, X-tudo, natal, ano novo, dia das mães e dos pais e das crianças, órfão, família, brigas, incompreensão, super mercado no fim de tarde, chuva, sol, novamente chuva, mais sol, verão, inverno, outono, primavera, calor, frio, frio, frio, relações frias, pessoas frias, comidas frias, microondas, grandes ondas, tiração de ondas, pegar ondas, pranchas, mar, sungas, biquíni, topless, nudez, exploração sexual, pedofilia, aliciamento, camisinha, oral, anal, vaginal, sem camisinha, aids, coquetel de frutas, cabeça, joelho, ombro e pé, gay, veado, bicha, maricona, maricola, bicha louca, homossexual, homoafetivo, heterossexual, sapato, sapato pequeno, sapato grande, sapatão, sapa, lésbica, sandalinha, caminhoneira, pedagoga, entendida, bi, pan, transexual, traveco, drag queen, homem, mulher, menino, suicídio, homicídio, tentativa de homicídio, eutanásia, capitalismo, nazismo, anarquia, monarquia, hierarquia, inferno, purgatório, céu, deuses, padre, pastor, Maria, José, virgindade, hímem, autoflagelação, auto relação, cruz, pecado, todos pecaram, perdão, quantas vezes se deve perdoar? 7x7x7x, 666, Davi, Golias, Madalena, Lúcifer, você, EU.

UMA MADALENA ARREPENDIDA?


Hoje ouvi uma coisa que me deixou bastante pensativo. Não que nunca a tivesse escutado, mas que somente agora parei para analisar esta afirmação. Uma colega disse: ”eu não me arrependo de nada que fiz”.Não sei o que você sente quando escuta isso. Mas confesso que fiquei com um certo complexo de inferioridade. Para completar (eu diria mesmo, piorar), essa frase sempre vem antes de outras como: “só me arrependo do que não fiz” ou ainda “eu faria tudo outra vez”. Você não sente uma certa “inveja” dessas pessoas que só tomaram decisões acertadas na vida, fizeram sempre as melhores escolhas, andaram sempre pelo caminho das pedras? Por acaso é feio reconhecer as nossas cabeçadas do passado? Que mal há em olhar para trás e, lembrarmos certos episódios, dizer: “isso eu não faria novamente?” Aí vem aquele amigo que diz: “mas tudo valeu como experiência”. OK, tudo vale como experiência, mas nem todas as experiências valem a pena. Vai me dizer que todo mundo casou com a pessoa certa, escolheu a profissão certa, ganha o salário que merece, leva a vida do jeito que gostaria que a vida fosse? Não que eu seja “uma Madalena arrependida”, mas é extensa a lista das coisas das quais eu me arrependo e que jamais faria de novo. Paguei muita conta para vagabundo, beijei a boca de quem não devia, dormi com quem não merecia, confiei meus segredos a quem não soube guardá-los, desisti antes da hora, fiquei além do tempo, voltei quando devia ter ido mais longe, acreditei em cada coisa, duvidei de quem disse me amar. No trabalho, foram vários desacertos. Por isso tudo me falta coragem para posar de herói e dizer que tudo valeu a pena porque a alma não era pequena. Até porque, muitas das escolhas que fazemos, se dão quando ainda nem sabemos direito quem somos, o que queremos, para onde vamos. É difícil acertar com tanta antecedência. Quando percebemos qual é a nossa, já era. Por sorte, as coisas sempre têm conserto. Se não é possível trocar de embarcação, o rumo do trajeto pode ser mudado a qualquer instante. O leme está sob nosso comando. Na minha opinião, reconhecer os erros do passado, longe de ser uma vergonha é a única garantia de um futuro feliz.

Não vou gozar


Prometo que não vou gozar com as tuas mentiras dizendo que me ama.
Prometo que não vou gozar com a tua indiferença que me coloca à margem do teu mundo.
Prometo que não vou gozar com os teus beijos mecânicos que tocam os lábios meus.
Prometo que não gozar com tuas palavras suaves que insistem em me enganar.
Prometo que não vou gozar, com o toque das tuas mãos trêmulas que tocam outros corpos.
Prometo que não vou gozar com o teu olhar petrificado que condena o meu olhar de amor.
Prometo que não vou gozar com este sorriso falso que zomba do meu sentimento.
Prometo que não vou gozar, eu prometo, com o teu amor, que finge ser um sentimento verdadeiro, mas que apenas me faz sofrer.

Sairei às ruas
E me rasgarei
Mostrarei meu íntimo.
Quem sou,
Para aqueles
Que duvidam que posso amar.
Vou me rasgar
Vou me envenenar
Vou gritar
Vou me expor
Vou abrir as portas
Para ver se você entra.
Quando você entrar
Te farei prisioneiro de mim
Serei teu carrasco
Terei teu amor
Nem que seja por um instante.

Estou aqui!

  No meio das voltas e reviravoltas, aqui estou eu. Mesmo quando a vida parecia virar as costas e os supostos "amigos" desaparec...