Louvado sejas, oh pecado maldito
Do qual necessito para viver.
Se me consome vorazmente,
Entrego-me aos caprichos seus...
Confesso, que ainda vive
Nos meus sonhos, na minha pele.
Se bastasse a amizade!
Se bastasse o desejo!
Sinto falta de tua boca virginal,
De teus dedos voluptuosos a me tocar.
A ti um coração viuvez.
A mim, uma esperança esmorecida!
Ao pôr-do-sol, de repente...
O que eram cinzas fez-se vida:
A transubstanciação da morte
Em chaga, em chuva - o amor.
Se bastasse o gozo efêmero
Seriamos borboletas a voar
Pelos segredos d´alma libertina,
Pela divina mediocridade humana.
Desnudou-me e agora me evita.
Se bastasse tua consideração
De que adiantariam estes versos?
Rogo: sacia-me simplesmente.
Tua retulância padece o corpo apaixonado.
Piedade, Senhor, pois choro mudo
Almejas meus lábios, minha carne...
E eu, teu coração ferido!
Amo-te tal qual a noite ama a lua.
Se tu me bastasses para viver...
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