domingo, 26 de abril de 2020



A vida acontece como um conciso pensamento, vivemos dias que terminam bem e outros que se acabam mal. Não importa como seja o nosso dia o tempo não pausa para olharmos as circunstâncias que vivemos, a vida segue a cada dia, seja qual for a angústia, seja qual for a alegria a vida sempre prossegue
Quem de nós nunca parou pra olhar para trás e recordar dos dias que passaram? Saudades do tempo bom em família, da mãe aprontando uma deliciosa refeição, do abraço apertado da avó, de uma festa marcante, de uma conquista ou então, dos tempos de anormalidade e aflição, de batalhas, de afastamento, de choradeira, de peleja, de zanga, dias de solidão e desamparo, dos dias de sorrisos que aformoseavam o coração, outros das bofetadas que arranhavam a alma. Lembranças dos que partiram e levaram consigo parte da nossa vida. Saudades do dia em que conhecemos o melhor amigo, do primeiro encontro com quem amamos... lembranças de um tempo bom que não volta, tempo que foi vivido com júbilos e desgostos, tempo que foi tão aproveitado e mesmo assim hoje quando lembramos pensamos: “Por que eu não aproveitei melhor a minha vida?” “Por que eu fiz desse jeito?” “Por que eu falei assim?”, ”Por que teve que ser assim?”, ”Será que eu poderia ter feito melhor, ter feito diferente?”. Em muitos momentos, contemplando a nossa vida, pensamos em fazer distinto alguma coisa lá atrás, mas o que aconteceu, o que foi feito, o que foi dito, o que foi vivido, o passo que foi dado, isso não se pode modificar, mesmo que voltemos atrás o que foi feito está feito. Não se muda o passado, mas se vive o presente com a confiança de que há um desígnio para tudo abaixo do céu, e sobre ele se luta pelo futuro, esquecendo – se das coisas velhas.

sábado, 4 de abril de 2020

A Praça



Não, a praça não estava vazia; nunca houve uma praça mais cheia do que aquela. Os Passos por ela não passaram, mas estava cheia de orações, lembranças, emoções, lágrimas.
Do velho templo ecoava a voz forte da Beú e a voz do Bispo. Em suas casas, os fieis ouviam atentamente com lágrimas nos olhos e uma prece no coração.  Gente de todas as idades, de todas as cores, de todos os cantos da cidade e do estado, mesmo os que não são católicos sentiam a diferença desta sexta-feira, todos unidos pela tristeza de um dia que era pra ser de festa e foi de silêncio.
Irmanados pela tristeza, os católicos oeirenses ouviam as palavras do bispo e padres no radio e nas redes sociais e bebiam os silêncios que retumbavam nas pedras da velha praça. A tristeza era a linguagem comum entre eles, o ar que eles respiravam, a prece em seus corações. A tristeza hoje foi o sentimento que tomou as ruas de Oeiras.

Estou aqui!

  No meio das voltas e reviravoltas, aqui estou eu. Mesmo quando a vida parecia virar as costas e os supostos "amigos" desaparec...