Não, a praça não estava vazia; nunca houve uma praça mais
cheia do que aquela. Os Passos por ela não passaram, mas estava cheia de
orações, lembranças, emoções, lágrimas.
Do velho templo ecoava
a voz forte da Beú e a voz do Bispo. Em suas casas, os fieis ouviam atentamente
com lágrimas nos olhos e uma prece no coração. Gente de todas as idades, de todas as cores, de
todos os cantos da cidade e do estado, mesmo os que não são católicos sentiam a
diferença desta sexta-feira, todos unidos pela tristeza de um dia que era pra ser
de festa e foi de silêncio.
Irmanados pela tristeza, os católicos oeirenses ouviam as
palavras do bispo e padres no radio e nas redes sociais e bebiam os silêncios
que retumbavam nas pedras da velha praça. A tristeza era a linguagem comum
entre eles, o ar que eles respiravam, a prece em seus corações. A tristeza hoje
foi o sentimento que tomou as ruas de Oeiras.
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