Muitas
pessoas em algum momento vivem o dilema de levar uma vida com autenticidade,
expor de modo claro seus sentimentos e pensamentos ou incorporar uma personagem, agir de modo a
simplesmente receber os aclamações e aprovação para meramente serem aceitos pelos que os rodeiam
As mentiras mais devastadoras para a nossa
autoestima não são tanto as que contamos, mas as que vivemos.
Vivemos uma mentira quando desvirtuamos a realidade
da nossa experiência ou a verdade do nosso ser. Assim, vivemos uma mentira
quando aparentamos um amor que não experimentamos; quando fingimos uma
indiferença que não sentimos; quando nos mostramos mais do que somos; quando revelamos
menos do que somos; quando dizemos que estamos zangados, mas na verdade estamos
com medo; quando fingimos estar desamparados, mas na verdade, estamos
manipulando; quando negamos e escondemos nossa excitação com a vida; quando fingimos
uma cegueira que nega nossa consciência; quando fingimos um conhecimento que
não possuímos; quando rimos e queremos chorar; quando ficamos muito tempo com
pessoas de quem não gostamos somente para passarmos a imagem de agradável; quando
dizemos somente aquilo que o outro quer ouvir; quando nos expomos com a encarnação
de valores que não aprovamos e não aceitamos; quando somos afetuosos com todo
mundo, menos com aqueles que a quem dizemos amar; quando professamos crenças
sobre as quais não temos convicção, só para sermos aceitos; quando aparentamos
modéstia; quando dissimulamos arrogância; quando deixamos nosso silêncio
concordar com convicções das quais não compartilhamos. Quando dizemos apreciar certo
tipo de pessoa, quando na verdade a abominamos e criticamos.
Tudo isto exige coerência, o que significa que o nosso
eu interior tem que estar de acordo com o nosso eu exterior.
Quando valorizamos mais a ilusão na cabeça dos
outros do que o nosso próprio conhecimento da ''verdade'' tornamo-nos um
impostor.
É
preciso coragem para emitirmos nossas opiniões e pensamentos, do contrário, permaneceremos
para sempre perdidos nas trevas de uma vida covarde.