quinta-feira, 25 de junho de 2020

Sejamos 44 vezes mais felizes!!




O correr da vida embrulha tudo.  A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.  O que ela quer da gente é CORAGEM" (Guimarães Rosa)

Contando com hoje, vivi 44 anos! Eu não poderia estar mais feliz com mais um aniversário que chega com tantas alegrias acrescentadas! Que tudo isso ainda seja pouco perto de tantas coisas que posso e ainda irei viver
Sou dos que gostam de comemorar as datas e de lhes dar importância. O dia do meu aniversário é a minha virada de ano, muito mais relevante que o réveillon. Gosto de fazer festa, de ter gente em volta, de receber mensagens, parabéns, presentes, atenção. É dia de festa, mas este ano é diferente, é também dia de ponderação por tudo o que temos vivido, os dias tensos que temos passado... O meu lado mais apurado (ou crítico) é o de estar invariavelmente a tirar a temperatura de tudo. Faço isso sempre e não seria diferente no dia em que chego aos 44 anos. Olhando para trás, e em traços muito largos, tenho a vida que optei. Faltam-me coisas, mas tenho tantas outras boas que acho injusto pedir seja o que for. Acredito que Deus tem ainda muitas coisas boas designadas para mim que serão materializadas com um forte impulso desta força de vontade e muita coragem que tenho e que herdei dos meus ancestrais. Estou contente com a vida, mas de vez em quando sinto uma espécie de frio que se aloja com a falta do quente que não se compra nas lojas, mas, a bem da verdade, devo dizer que sempre achei que seria o preço a pagar. Vou caminhando, rindo num lado e outro, mas no fundo sabia que o preço a pagar seria o tal frio que de vez em quando se aloja, que não chega a deixar-me congelado, porque há tanta coisa quente e boa a acontecer que o que preciso é olhar para elas e apreciar cada uma de forma valiosa. A cada ano gosto de fazer coisas que me extrapolem, que me provoquem, que me distingam. Gosto de me fazer presente, de olhar para trás e perceber que ascendi em todos os níveis e este ano não foi diferente. Muito trabalho, muitos planos, realizações, coisas realizadas pessoal e profissionalmente. Assim vale a pena olhar e compreender que os doze meses que passaram não foram em vão. Cresci, apreendi umas coisas, ensinei outras, tenho certeza! Perdi algumas coisas, porque eu sou da opinião que quando se escolhe se está sempre a perder. Estou mais assertivo, seletivo, mais rigoroso, mas, menos caprichoso, menos cheio de mim, acho que menos chato, principalmente com horários. Mas continuo teimoso, apaixonado, vaidoso, a amar a Deus, a família, os amigos, o trabalho (ou seriam os trabalhos, já que são vários?) o mar, a estrada, os hotéis, uma quadra e uma bola de vôlei, um bom vinho, uma boa comida, um bom livro, uma boa música, vontade de conhecer gente... Aos 44 anos continuo a achar que poderia viver em Jericoacoara, mas que Oeiras será sempre o meu lugar, meu porto seguro. Mas aos 44 anos continuo a não gostar de falar nas primeiras horas do dia porque me recuso a fazê-lo antes de ter os sentidos alertas; continuo com minha perspicácia, minha ironia refinada, meu deboche, meu sarcasmo. Continuo reclamando do que não me agrada, falando o que penso de forma livre, afinal, nem se é gente sem pensamento próprio, disciplinado, rigoroso, profissional, humano, solidário, amigo, dedicado aos que me amam, generoso, empático, cavalheiro, bem disposto, criativo, intuitivo, otimista, divertido e com uma aptidão estranha de lidar muito bem com os grandes problemas e de me deixar derrubar apenas com um gesto ou uma palavra fora de tom de uma pessoa de quem gosto ou aprecio. Não sei como será daqui para frente, cabe a Deus decidir. Quero é celebrar os meus dias, com a benção de Deus e uma boa garrafa de vinho. Parabéns a mim, que apesar de ser muito complicado tenho uma tecla que descomplica tudo. Chama-se verdade. Acredito que bem usada, a verdade é meio caminho andado para não se complicar nada. Verdade, gratidão e algum sentido de humor que me leva a acreditar que sorrir é sempre uma saída. Porque gosto de sorrir. E sei que prosseguirei a sorrir em todos os momentos, vendo sempre o lado bom da vida, as coisas boas da vida que chegam para nos fazer sempre acreditar e que agradecemos eternamente por tê-las vivido porque nos abanaram o cantinho arrumado onde nos sentimos confortavelmente felizes.
Meus sonhos seguiram se realizando ao longo desses 44 anos que hoje completo! Que seja sempre assim. Que meu coração sempre tenha fé, coragem e vontade de vencer. Obrigado, Deus, por tudo até aqui. Feliz aniversário para mim, pois eu sei que mereço!

domingo, 26 de abril de 2020



A vida acontece como um conciso pensamento, vivemos dias que terminam bem e outros que se acabam mal. Não importa como seja o nosso dia o tempo não pausa para olharmos as circunstâncias que vivemos, a vida segue a cada dia, seja qual for a angústia, seja qual for a alegria a vida sempre prossegue
Quem de nós nunca parou pra olhar para trás e recordar dos dias que passaram? Saudades do tempo bom em família, da mãe aprontando uma deliciosa refeição, do abraço apertado da avó, de uma festa marcante, de uma conquista ou então, dos tempos de anormalidade e aflição, de batalhas, de afastamento, de choradeira, de peleja, de zanga, dias de solidão e desamparo, dos dias de sorrisos que aformoseavam o coração, outros das bofetadas que arranhavam a alma. Lembranças dos que partiram e levaram consigo parte da nossa vida. Saudades do dia em que conhecemos o melhor amigo, do primeiro encontro com quem amamos... lembranças de um tempo bom que não volta, tempo que foi vivido com júbilos e desgostos, tempo que foi tão aproveitado e mesmo assim hoje quando lembramos pensamos: “Por que eu não aproveitei melhor a minha vida?” “Por que eu fiz desse jeito?” “Por que eu falei assim?”, ”Por que teve que ser assim?”, ”Será que eu poderia ter feito melhor, ter feito diferente?”. Em muitos momentos, contemplando a nossa vida, pensamos em fazer distinto alguma coisa lá atrás, mas o que aconteceu, o que foi feito, o que foi dito, o que foi vivido, o passo que foi dado, isso não se pode modificar, mesmo que voltemos atrás o que foi feito está feito. Não se muda o passado, mas se vive o presente com a confiança de que há um desígnio para tudo abaixo do céu, e sobre ele se luta pelo futuro, esquecendo – se das coisas velhas.

sábado, 4 de abril de 2020

A Praça



Não, a praça não estava vazia; nunca houve uma praça mais cheia do que aquela. Os Passos por ela não passaram, mas estava cheia de orações, lembranças, emoções, lágrimas.
Do velho templo ecoava a voz forte da Beú e a voz do Bispo. Em suas casas, os fieis ouviam atentamente com lágrimas nos olhos e uma prece no coração.  Gente de todas as idades, de todas as cores, de todos os cantos da cidade e do estado, mesmo os que não são católicos sentiam a diferença desta sexta-feira, todos unidos pela tristeza de um dia que era pra ser de festa e foi de silêncio.
Irmanados pela tristeza, os católicos oeirenses ouviam as palavras do bispo e padres no radio e nas redes sociais e bebiam os silêncios que retumbavam nas pedras da velha praça. A tristeza era a linguagem comum entre eles, o ar que eles respiravam, a prece em seus corações. A tristeza hoje foi o sentimento que tomou as ruas de Oeiras.

quarta-feira, 4 de março de 2020






Eu escolho fazer da minha vida algo bom. Eu escolho os combates que quero travar e me recuso os pequenos desgastes que não me conduzem a nenhum lugar. Eu seleciono quem estará ao meu lado nas trincheiras, e me permito escolher minhas amizades. Eu escolho a atrevimento de querer ser feliz todos os dias e persisto em abandonar o sofrimento para as ocasiões verdadeiramente dolentes. Eu escolho me empenhar com a coerência, com o discernimento entre o vitimismo e o inquietante, com o bom senso de apartar dores reais de dores fantasiosas. Eu escolho me habitar com quietude e delicadeza, desvendando que os embates inúteis são inteiramente irrelevantes e rejeitáveis. E, acima de tudo, eu escolho me afastar de quem se sente confortável em me desgostar, pedindo a Deus a ousadia de me amar em primeiro lugar.



Eu gosto de quem facilita as coisas. De quem assinala caminhos ao invés de propor armadilhas. Eu sou feliz ao lado de pessoas que vivem sem códigos, que estão disponíveis sem exigir que você decifre nada. O que me faz feliz é leve e, mesmo que o tempo leve continua dentro de mim. Eu quero andar de mãos dadas com quem sabe que entrelaçar os dedos é mais do que um simples ato que mantém mãos unidas. É uma forma de trocar energia, de dizer: você não se enganou, eu estou aqui. Porque por mais que os empecilhos nos desafiem o que realmente permanece, costuma vir de quem não tem medo de estar com você.



Aparar a planta é imprescindível para que ela se fortaleça e equilibre. O corte instrui e amadurece.
Ensina que há tempo para tudo, e que alguns galhos irão se soltar durante a vida, transformando a pujança da espécie; mostra que os mais fortes são aqueles que se adaptam, exatamente como dizia Darwin; instrui que alguns ramos são dispensáveis, ainda que não haja compreensão no momento; doutrina a transformarmos nossa disposição de produzir mais folhagem que frutos, a procurarmos novas escolhas, ter bravura, humildade.
Enquanto apresentarmos sorte, permanecermos jovens, esplêndidos e bem nascidos o acaso nos resguardará, mas continuaremos mais selvagens, folhagem e vegetação. E não desvendaremos quem verdadeiramente somos.
O tempo traz os cortes. E a cada corte desvendamos que algumas lesões nunca se saram e você terá que se acertar a uma forma de vida inteiramente nova.
Mesmo que seu coração tenha sido despedaçado em mil nacos, uma hora você compreenderá que é capaz de amar novamente e, se tiver sorte, amará melhor.
Já perdi amigos, me afastei de pessoas insubstituíveis, padeci desilusões absurdas, descobri que ninguém é perfeito. Fui feliz, me arremeti de cabeça, me entreguei demais, me frustrei na mesma magnitude, tive equívocos, morri de remorso.
Fui cortado pela vida, aplainado em minhas arestas, ajustado em minhas composições. Encontrei novas acomodações, me contrapesei com as perdas e desenganos, estabeleci novos caminhos. Aprendi que ininterruptamente passamos por um processo de renovação natural, como as plantas. Faz parte da vida, do processo de nos tornarmos melhores com o tempo, arrancando os galhos ruins e conservando os bons.
Aprendendo a desculpar, a pedir perdão; a perceber que o tempo leva pessoas exclusivas e deixa outras nem tão perfeitas assim; que o coração é capaz de amar novamente, mas antes deve permitir-se prantear e sepultar o amor antigo bem profundo para que ele não ressurja de tempos em tempos; aprendendo a apreciar o presente, a perceber que tudo é efêmero, os bons e maus períodos; aprendendo que algumas pessoas meramente não entendem o mundo como você, e que isso não as torna mais atrozes. Aprendendo a ter misericórdia, a espaçar seus medos remotos dos atuais.
O tempo afeiçoa as pessoas de maneiras distintas, e alguns endurecerão ainda mais com o passar dos anos. Nem todo mundo aprende, não implica quantos quedas leve. E você não pode fundamentar sua vida por essas pessoas.
A vida é muito efêmera e o script só depende de você. É assim que você se conserva vivo. Determinando ser melhor a cada dia, se consentindo chorar, se liberando a ter raiva, se desculpando por estar sem forças. Mas ainda assim confiando que uma hora, de algum modo que seria impraticável, você não se perceberá assim.



Às vezes a vida coloca algumas pedras no nosso caminho para que percebamos a realidade mais dura. Então, não há outra opção senão ser forte, conjugar a armadura com a espada, agir com inteligência e aproveitar a energia de um coração inoxidável.
O tamanho dos nossos problemas é absolutamente proporcional a nossa força, pois Deus jamais colocaria em nossa vida algum problema que não tenhamos forças suficientes para resolver e superar.
Alguns problemas podem ser difíceis de enfrentar. Mas, apoiar-se em pessoas queridas e amadas pode ser a solução para conseguir enfrentar os problemas e superá-los de forma íntegra.



Não aguardemos que o tempo nos traga problemas verdadeiros para que entendamos que sofremos tanto por problemas fantasiosos. Não esperemos que alguém nos entristeça de verdade para compreendermos que estivemos colecionando pequenos ressentimentos dispensáveis. Não esperemos a adversidade bater à nossa porta para compreendermos que éramos felizes e não compreendíamos. Precisamos deixar de levar os pequenos probleminhas do dia a dia numa arca, como se eles fossem extraordinários. Não são. Deixemos de inventar casos com quem não pensa igual a nós, como se tivéssemos o poder de dominar tudo. Não temos este poder. Paremos de findar, de tirar conclusões apressadas, de arriscar decodificar o que vai no coração do outro. O que o outro sente, reflete e aspira, só ele sabe. Lutemos pela felicidade em vez de estarmos arriscando encontrar bodes expiatórios para o infortúnio. Não tenhamos insônia por quem nos maltrata, por quem não nos quer por perto, por quem não nos procura e abdiquemos de reagir à altura de quem nos amargura por nada e faz tempestades em copo d’água por dificuldades fantasiosas.

Estou aqui!

  No meio das voltas e reviravoltas, aqui estou eu. Mesmo quando a vida parecia virar as costas e os supostos "amigos" desaparec...