segunda-feira, 2 de março de 2015

Anjo Barroco





Em seus caminhos nômades

Nos passos de sua sina cigana

Andarilhos destinos andar andou

Com partida da Vila do Mocha

Alma lavada no riacho da pouca vergonha

Rompido o cordão umbilical

Apartadas as metades

Viramundo montou a calda de uma estrela

E se enveredou em sonho de circo





Foi forjado na periferia da cidade grande,

Na noite, nos becos, vielas, botecos, boates,

Cinemas pornôs e cabarés.

Seu sangue fortaleceu e engrossou na casa de recuperação.

Sua força e coragem se fizeram nas crinas da madrugada.





A brisa penetrando os poros.

 A vista embaçada pela garoa,

Fina flor do norte se envenenando com monóxido

 De carbono na locomotiva de aço.

 A cidade em estado de febre e tecendo o fio

De sua história nos escombros da noite





O coração em ebulição fez desse menino um homem.

Anjo barroco, em tudo moderno e arcaico

De tudo medo e coragem.

No peito um ser-tão forte ,

 A  crença em Deus

O corpo fechado

O jeito de quebrar qualquer quebranto

E desviar qualquer mal olhado

Sem deixar a espinhela cair.





Em suas estradas de ferro,

Aprendeu a sobreviver nas cidades de sua grafia,

A geografia da seca gravada em sua pele,

O destino quixotesco, ele roubou princesas de castelos,

Encontrou tesouros, foi trapezista, santo e feiticeiro,

Dançou na noite com anjos e demônios, foi marinheiro,

Deixou um amor em cada porto, brigou com redemoinhos,

Dançou na corda bamba, equilibrou-se em um de sonho alado,

E nunca se esqueceu  de ser feliz,

Porque a vida é teatro mágico

E ele é várias faces de uma mesma história.


*Poema feito às 02h30 da manhã, em parceria com Edilberto Vilanova, via Facebook.



Estou aqui!

  No meio das voltas e reviravoltas, aqui estou eu. Mesmo quando a vida parecia virar as costas e os supostos "amigos" desaparec...