segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Entre memórias e saudades

 

No silêncio solene do cemitério, uma mistura de emoções me envolveu de forma inesperada. Era o meu primeiro Dia dos Pais sem ele. Enquanto observava as lápides alinhadas sob a luz suave do sol, me vi transportado para um passado não muito distante, quando a vida parecia um tecido de momentos compartilhados.

Ano passado, nesta mesma época, a casa estava repleta de risadas e abraços, de uma alegria empolgante e uma refeição farta preparada com amor. Meu pai estava no centro de tudo, irradiando alegria com seu sorriso caloroso e olhos cheios de ternura. Sua presença preenchia cada canto da casa, criando um elo entre todos nós.

Este ano, tudo parecia diferente. Ainda me lembrava do aconchego das mãos do meu pai, do som da sua voz quando me chamava, da maneira como ele fazia até as tarefas mais simples parecerem uma aventura. A falta dele era uma ausência física que pesava no meu peito, um vazio que não poderia ser preenchido.

E ali estava eu, parado diante do túmulo, as palavras presas na garganta e os olhos embaçados. As memórias vieram inundando minha mente, como uma película de um filme que se desenrola a cada cena. Eu podia ouvir suas palavras de sabedoria, sentir seu encorajamento nos momentos difíceis e o conforto incondicional que ele sempre oferecia. 

A saudade, tão intensa quanto uma brisa suave que acaricia o rosto, me fez perceber que o amor nunca desaparece. Ele permanece em cada gesto de carinho que trocamos, nas risadas compartilhadas e nas lições de vida que ele me ensinou. Meu pai ainda estava presente, de uma maneira diferente, mas profunda.

Ao me despedir, deixei uma flor no túmulo, uma pequena lembrança do amor que nos uniu. Enquanto caminhava lentamente para fora do cemitério, senti uma sensação de paz se instalar dentro de mim. Apesar da tristeza que o primeiro Dia dos Pais sem ele trouxe, havia também uma gratidão imensa por ter tido um pai tão incrível em minha vida. 

No final das contas, percebi que o amor do meu pai não estava confinado a datas ou lugares. Ele estava entrelaçado nos momentos que vivemos juntos, na maneira como ele moldou minha visão de mundo e na força que ele sempre me inspirou a ter. E assim, com cada passo que eu dava em direção ao futuro, eu sabia que ele estaria comigo, mesmo ausente em corpo, seu espírito permaneceria vivo em cada batida do meu coração.


Estou aqui!

  No meio das voltas e reviravoltas, aqui estou eu. Mesmo quando a vida parecia virar as costas e os supostos "amigos" desaparec...