sábado, 2 de fevereiro de 2008

FÊNIX


Não me dirijas tuas palavras ilusórias
Elas levaram-me ao pó e às lamúrias incômodas.
Teu modo subjuntivo e hesitante de viver
Cansou-me e neste instante só me resta a lâmina macia.
Não há sangue fluindo por entre meus dedos
Somente a paz, que dói, todavia é paz que sinto.
Onde estavas quando o medo possuía meus sonhos?
É tarde, deixa-me dormir sob o firmamento gris...
A pupila dilata, e teu rosto desfigura-se diante
Da minha glória eterna – meus olhos se negam a ver-te.
Meus lábios, agora gélidos, já não dependem
De teu falso calor emanado de tua putrefata ferida.
Paguei meus pecados em teus braços serenos.
Irei para o céu dos justos após morrer de desamor?
Prefiro o limbo das crianças sem batismo a continuar
Respirando seu ar ludibriante que me sufoca!
Sinto náuseas, devo vomitar-te em instantes!
Ou será meu coração quebrado a me pregar peças?
Coração que já nem bombeia o denso liquido escarlate
– é a amiga morte a se apoderar de minh´alma exígua.
Ainda sinto o toque de tua pele alva que me protegia
Assim como tenho o gosto amargo de tuas mentiras.
Queria apenas amar-te, hoje somente apagar-te
De meus jardins íntimos – bendito calvário.
O corte perpassa todos os males desses últimos dias
Que estive ao teu lado. Caprichos, orgasmos e lama.
Meus movimentos tornam-se esmorecidos e desordenados,
Mas o alívio é completo e insopitável, digo adeus, sem voltas.
O melhor da vida é permitir-se morrer e ressuscitar.

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