segunda-feira, 5 de maio de 2008

RONDA


Rondo a noite
Passando de bar em bar
Vejo caras libidinosas
Vontades reprimidas na vertigem voraz do cotidiano
Prontas a explodir num grito de luxúria e prazer.

Corpos esvoaçando no ventre do desejo
Movimentos que hipnotizam
Respirando calor e carne em convulsão.

Paro num canto isolado.
Observo.
Copo numa mão adormecendo a razão,
Cigarro na outra,
Como se fosse uma tocha que me ilumina na noite.

Sigo em frente!
Entro no vazio de minha alma,
A minha volta, os risos abafados na multidão,
Devolvem-me ainda mais à minha solidão.

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