quinta-feira, 8 de junho de 2023

A solidão dissolve-se na água da piscina


Enquanto tomo banho, sinto a água morna escorrer pelo meu corpo cansado. Deixo-me envolver por esse momento de intimidade comigo mesmo, onde posso deixar fluir as emoções que me habitam. E é nesse encontro com a água que percebo que minhas lágrimas se misturam ao líquido cristalino da piscina.

Olho ao redor e vejo o brilho do sol refletido na superfície, as ondas suaves formadas pela minha presença. É como se minha tristeza e solidão encontrassem um abrigo nesse lugar sereno, onde a água parece compreender meus mais íntimos sentimentos. Ela recebe minhas lágrimas como se fossem suas, envolvendo-me em seu acolhimento silencioso.

Nesse momento de fragilidade, as lembranças inundam minha mente. Recordo-me dos sorrisos compartilhados, das risadas que ecoavam pelo ar, dos abraços apertados que aqueciam minha alma. Mas, ao mesmo tempo, percebo o vazio que agora preenche esses espaços, a ausência que se torna presente em cada gota que cai dos meus olhos.

A solidão, minha companheira indesejada, parece estar sempre à espreita, esperando o momento certo para se manifestar. Ela se apresenta nos momentos mais inesperados, como agora, nesse banho solitário. É como se a água que me envolve se transformasse em um espelho líquido, refletindo o vazio que sinto em meu peito.

Mas, mesmo nessa melancolia, há uma espécie de beleza que se revela. O encontro entre minhas lágrimas e a água cria um ballet líquido, uma dança efêmera de tristeza e resignação. Essas pequenas gotas que escorrem pelo meu rosto são testemunhas silenciosas da minha jornada, marcas de uma sensibilidade que às vezes me sufoca, mas que também me conecta ao mundo de forma única.

Enquanto permaneço nesse banho, sinto uma transformação sutil acontecer. À medida que minhas lágrimas se diluem na água da piscina, um senso de alívio começa a surgir dentro de mim. Essa mistura de emoções e água me ensina que a solidão não precisa ser uma sentença perpétua, mas sim um chamado para a busca do próprio equilíbrio.

E assim, à medida que saio do banho e me seco, percebo que as lágrimas deixaram de cair. A água, agora purificada pela minha entrega emocional, parece ter cumprido sua função de acolhimento. Encontro forças para seguir em frente, abraçando minha solidão como parte integrante da minha jornada, e buscando nas pequenas alegrias do dia a dia o conforto que tanto almejo.

Através dessa experiência, aprendo que, embora a solidão possa ser um fardo pesado, também é um convite para nos conhecermos melhor e para descobrirmos nossa força interior. E, no final das contas, talvez seja necessário passar por momentos de tristeza e reflexão para valorizarmos plenamente os momentos de alegria e companhia. Enquanto as lágrimas se dissipam, eu saio do banho com uma nova determinação, sabendo que a solidão não precisa ser uma sentença eterna, mas sim um capítulo temporário em minha história.

E assim, seguindo em frente, abraço cada dia como uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento. A vida é uma jornada repleta de altos e baixos, e é na superação desses obstáculos que encontramos nossa verdadeira essência. Enquanto as águas da piscina continuam a fluir, eu também me lanço no fluxo constante da vida, pronto para enfrentar o que quer que venha.

A solidão pode ser uma visita indesejada, mas também é um lembrete de que somos seres em constante evolução, buscando conexões significativas com o mundo ao nosso redor. Então, enquanto tomo banho, permito-me sentir as emoções mais profundas e, ao mesmo tempo, abraçar a esperança de que dias melhores virão. E assim, com coragem e resiliência, trago comigo as lembranças do encontro entre minhas lágrimas e a água da piscina. Essa experiência única deixará marcas em minha alma, lembrando-me de que, mesmo nas horas mais solitárias, posso encontrar conforto e força para seguir adiante.

Enquanto tomo banho, minhas lágrimas se misturam à água da piscina. E nessa mistura, descubro a beleza de minha própria vulnerabilidade, a capacidade de transformar a solidão em uma fonte de inspiração. E assim, renasço, pronto para enfrentar o mundo com um coração aberto e a coragem de me conectar novamente, sabendo que, no final, a solidão é apenas um capítulo em minha história, e não a história em si.

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