sexta-feira, 13 de julho de 2007

VALENTE VALENTIM

Parodiando uma frase de um grande artista que diz que a arte é uma mentira que nos transparece a verdade, nos faz perceber que geralmente é de talentos exorbitantes que alguns artistas despontam no cenário cultural. É notório que a velha urbe, a “abaretama torre” é uma plêiade de músicos, escritores e a pouco mais de uma década estreou nesse mundo vasto mundo um menino, que cresceu e transformou-se em anjo, pois como ele bem diz: “os artistas não tem sexo”.
Dessa maneira, esse oeirense revigorou a arte cênica local, abrilhantando ainda mais a arte mafrensina, dando vida ao velho teatro que hoje ruína, apresentando espetáculos, digamos, sem demagogia, dignos de Shakespeare. Lameck Valentim...
Valente, gerou o IPA, então o verbo se fez texto, resultando em peças que ainda hoje são bastante prestigiadas e premiadas, honrando o nome do “criador”. A originalidade moldada no velho teatro grego, o teatrólogo, autor, ator, diretor, sonoplasta, maquiador, iluminador... Valente, soube pôr uma máscara na realidade e em tom sarcástico queimar “As Bruxas de Sarieo”, aquecendo os anseios dos que querem se libertar e com a fumaça fétida da hipocrisia suja a honra dos que moldados em preceitos se revelam falsos moralistas.
Valentim Valente, como bem diz Carlos Drumonnd de Andrade, nos faz perceber que toda "história é remorso", assim o convite proposto pelo teatrólogo é fazermos uma viagem “De Cabrobó a Oeiras” e enxergarmos com os olhos da alma, a amarga e doce história do torrão querido, a Oeiras de mil máscaras e de mil e uma histórias.
Deleitar-se com as peças de Valentim Valente, é ao mesmo tempo adentrar a “Casa dos Espíritos”, é penetrar por entre móveis e paredes, vivenciando junto com uma família macabra os momentos mais fatídicos que podem existir: incestos, crimes e tudo o que de mais horripilante um ser humano pode fazer quando a fé é demasiada, claro, se pudermos chamar isso de fé.
Nem a profecia de Nostradamus é tão bem relatada como a de Valentim que em “Apocalipse” evidencia que o fim pode ser o começo, se não encararmos o amanhã como um novo dia, mas como um recomeço, onde se possa parar e fazer planos para se atingir a perfeição.
Por fim, é inefável falar desse artista Valente, Valentim, Lameck, que é um Deus quando dá vida a outros seres. Mas como diz Rachel de Queiroz: “somos imortais, mas não imorríveis”. Por isso devemos credenciar esse artista enquanto vive e reina, pois nada adianta as memórias póstumas a não ser as lágrimas do arrependimento.


Uma homenagem de JUNIOR VIANNA
do blog
http://www.mosaicodavila.blogspot.com/

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