sábado, 14 de julho de 2007

DURANTE MUITO TEMPO




Hoje olhei-me de frente,
Olhei-me de perfil e de costas.
Olhei-me por dentro.
Há tempos eu desejava fazê-lo.
Vi em mim um ser arruinado.
Vi cinzas.
Vi derrota
Vi o fracasso perante
Ao sentimento sublime e indomável
Que há tempos e tempos
Apossara-se de mim pela eternidade.
Cresci.
Envelheci.
Acho que vivi.
Olhei-me hoje e vi um ser ambíguo,
Fumando com tamanha graciosidade que chegava mesmo a ser sutil.
Em outros tempos, o mesmo ser não terá forças o suficiente
Para manter entre os dedos algo que
Ele acredita ser seu companheiro.
Fumou...
...E quando engoliu a fumaça,
Sentiu retornar para dentro de si
Tudo o que nunca havia saído.
Nem tão pouco sairá...
Pois ele insiste em querer
Eternizar-se.

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