domingo, 21 de abril de 2024

A luz na tempestade

 


Era uma daquelas tardes de fim de inverno em que o sol se despede lentamente, tingindo o céu com nuances de laranja e rosa. Na pequena cidade, onde o tempo parecia deslizar suavemente, as pessoas se reuniam nas varandas de suas casas para apreciar o espetáculo da natureza.

Entre essas pessoas, havia uma mulher idosa, cujos olhos transmitiam uma história de vida repleta de desafios e superações. Sentada em sua cadeira de balanço, ela contemplava o horizonte, perdida em seus pensamentos, enquanto uma brisa suave acariciava seu rosto enrugado.

Num canto da vila, um riacho serpenteava entre as colinas verdejantes, alimentando a vegetação exuberante que crescia às suas margens. Era ali que a vida transcorria em seu ritmo tranquilo, embalada pelo som das águas que fluíam inexoravelmente, como uma melodia eterna.

Porém, naquela tarde, algo parecia perturbar a paz da vila. Uma tempestade se aproximava no horizonte, anunciada pelos trovões que ecoavam ameaçadoramente no céu. Os moradores se apressaram em recolher as roupas do varal e proteger os animais nos estábulos, preparando-se para enfrentar a fúria dos elementos.

Mas a mulher idosa permaneceu calma em meio ao tumulto. Ela sabia que não estava sozinha, pois as palavras reconfortantes do profeta Isaías ecoavam em sua mente: "Quando passares pelas águas, estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti."

Com essas palavras como um escudo, a mulher enfrentou a tempestade com coragem e determinação. Enquanto o vento soprava com força e a chuva caía em torrentes, ela permaneceu firme em sua fé, confiante de que seria protegida pela mão amorosa daquele que tudo criou. E então, como se respondendo à sua fé inabalável, um raio de luz rompeu as nuvens escuras, iluminando o céu com um brilho reconfortante. A mulher sorriu, sentindo-se envolvida pelo calor divino, e soube que tudo ficaria bem. Pois, assim como o riacho que corre incessantemente em direção ao mar, ela sabia que a vida seguia seu curso, e que, mesmo nos momentos mais sombrios, havia sempre uma luz a guiar seu caminho.

E assim, enquanto a tempestade finalmente se dissipava no horizonte e o sol se punha lentamente no horizonte, a mulher idosa permanecia em sua cadeira de balanço, contemplando o espetáculo da natureza com gratidão em seu coração, pois ela havia aprendido a lição mais preciosa de todas: que, quando confiamos em Deus, não há tempestade que possa nos abalar, pois Ele está sempre conosco, guiando-nos e protegendo-nos em todos os momentos de nossa jornada.

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